terça-feira, 25 de março de 2014

O Meia-lua

Continuamos com mais um conto, desta vez da aluna Najat Hambouchi do 9º ano C, a quem foi atribuída uma menção honrosa “outras línguas, outras culturas”.

 O Meia-lua 
Numa manhã chuvosa de outono, a Costa da Caparica acordou sem o seu barco típico (o meia-lua) na rotunda central da jovem cidade. Depressa os distribuidores da praça se interrogaram; os donos das mercearias deitaram as mãos à cabeça, incrédulos; os mais velhos deixaram os bancos do jardim e procuram à sua volta. Os condutores, que faziam normalmente aquele percurso, atrapalharam ainda mais o trânsito, pois deitavam a cabeça fora da janela à procura do barco.
As pessoas desesperadas, começaram aos encontrões e aos berros, sem saber onde se metera o barco. Uns diziam:
- Será que o roubaram?
Outros respondiam:
- Será?!
- É claro que não! O barco é muito pesado para o carregarem – diziam outros.
Começaram então à procura do barco, até que o encontraram, entre as brisas do céu azul, estava lá no meio do mar flutuando. Um dos polícias pegou nos seus binóculos e viu que, dentro do barco, estava um homem. Ele era alto, de cabelo grisalho e parecia coxo. Então, o polícia disse:
- Homem no barco! Há um homem no barco!!!!
As mulheres, muito nervosas, começaram também aos gritos dizendo:
-Valha-nos Deus! Mas onde será que ele irá levar o barco?
- É ele quem roubou o nosso barco? Ai o ladrão… – diziam ainda outras mulheres.
Só depois é que repararam que ele estava a conduzir o barco para a terra. Já aliviados, perguntaram todos em coro:
- Ó homem, onde é que encontraste o barco?
Ele respondeu:
- Encontrei-o nas mais belas praias da Costa.
A multidão ficou admirada com o que o homem dissera, pois todos tinham procurado o barco por toda a parte, menos na praia mais bela da Costa, tal como o homem tinha dito. O homem, já envergonhado pediu que o ajudassem a puxar o barco para terra, e lá foram ajudar.
No fim, a multidão decidiu fazer uma comemoração em honra do homem e da vinda do barco. Trouxeram tudo o que tinham nas suas casas para fazerem uma festa fantástica na Praça da República, junto à Rua dos Pescadores.
E assim o Meia-lua ficou conhecido como o barco da Costa da Caparica. 

Najat Hambouchi


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